O professor analfabeto está ignorantemente convencido que é um bom professor.
Ele recorre frequentemente e orgulhosamente ao seu título académico e tem dificuldade em ver o ensino para além da sua disciplina. Ele desvaloriza tudo o que é extra-curricular, tenta escapar a toda a atividade escolar fora da sala de aula e é crítico tímido e costumaz de diretivas. Mas ele não questiona com os alunos o que tem para ensinar, a pertinência do que ensina ou o modo como ensina.
O professor analfabeto não lê mais do que um vulgar analfabeto, a não ser os manuais, as atas que escreve e modelos de relatórios de autovaliação.
O professor analfabeto fica muito contente quando recebe as cartas do banco que o tratam por doutor e não gosta que o identifiquem como um funcionário, desses que ganham pouco e fazem greves como os mineiros ou os operários do lixo.
O professor analfabeto diz mal dos seus alunos, da sua escola, do seu sindicato e diz com orgulho que odeia a política. Não sabe que a sua ignorância é o instrumento de que se serve a alta política para conduzir os seus alunos, a sua escola, a sua classe a meros instrumentos dos seus interesses maiores.
O professor analfabeto, de tão estéril, torna estéreis os seus colegas produtores, castra os seus alunos viris, torna o amanhã ontem, é um perfeito imbecil!
Não poderá ser do professor estéril que nascerá o amanhã! Amanhã a greve continua!
cuquice: qualquer semelhança com um texto de outrem é mera coincidência e este texto não é do Ricardo Araújo Pereira
Sem comentários:
Enviar um comentário